quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Jesus é grande



Estas imagens que, certamente, já muitos viram são a prova cabal de que Jesus nunca dorme. É um trabalhador intenso que até vai para o meio da multidão para observar jogos...

Ok, não é bem isso. Jorge Jesus é Sportinguista. Facto que não deve melindrar. O Jesualdo, por mais conspurcado que esteja pelos ares do costa, é benfiquista. O Figo que é símbolo do Sporting tem costelas benfiquistas por todo o corpo. O João Vieira Pinto que já foi ídolo verde e encarnado é portista dos sete costados. O Moutinho, o Paulo Bento, Miguel Veloso... Enfim, o que conta é o trabalho feito.

Jesus ainda nada fez no Benfica, tirando as goleadas e uma equipa a jogar melhor que o ano passado, o que não era difícil. O que se espera dele é que ganhe este fim-de-semana até para demonstrar ainda mais o seu profissionalismo. Se ganhar afunda o Sporting no pântano, se é que já nele não estão.

Anda lá Jesus, defensor dos pobres e do povo, empurra os aristrocatas verdes para a lama, nas suas vestes doiradas e collants de cetim...

No fim da época se o Sporting lá chegar, podes ir ao Jamor outra vez que ninguém se chateia contigo. Desde que ganhes também o campeonato...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Controvérsia de pé descalço

O blogue Controversosm tem tendências cómicas. Eu tenho lido algumas coisas lá escritas e tenho uma leve ideia de quem serão os seus autores. No primeiro dia em que escrevi neste blogue deparei-me com uma mensagem do chinelo no bota abaixo ao bagulho, o meu nome, José Bagulho. Noutras mensagens são trucidados os opinadores de blogues que, tal como o chinelo, na esfera da net deixam os seus pensamentos, de uma ou outra forma.
Acho estranho que a resposta à criação do meu blogue tenha sido tão célere. Ou o chinelo tem pouco para fazer ou tem uma energia tremenda para o ódio. Se é de liberdade que fala não me pode criticar. Na verdade o ventoalerta começou por ter uma definição programática que não permitia que um anónimo aqui deixasse a sua mensagem. Por esse facto já me desculpei, por inexperiência minha nestes domínios. Tenho a lamentar profundamente a atitude dos criativos chinelos de mente curta e blogófoba. Querem ser os únicos? Já são! Mas alguém duvida disso? Eu não. Têm apenas que responder aos comentários e mensagens colocadas online de forma correcta (algo de que duvido que consigam fazer) e com respeito pela opinião dos outros, sem intoxicação. Gostava de saber o que se parece com um decreto naquilo que escrevo. Podem responder-me?
Se me derem uma resposta absolutamente irrefutável, como eu creio que vocês julgam conseguir, eu serei vosso servo e não mais os questionarei. Aliás, é isso que vocês querem!

Aqui está o comentário que deixei há algum tempo, em resposta a uma mensagem publicada no controversosm a dar a definição (estúpida) de bagulho.

"A definição de chinelo vem da China. Isso, o mesmo país que massacra a liberdade e veta a humanidade, obriga as pessoas a viver na escuridão e que deixa o povo de olhos em bico com tanta podridão. Fica bem, sem dúvida. De chinelos não quero nada, prefiro ser pé descalço. Incomoda só que se intitulem de chinelo os que de sapato de cinderela andam pelos caminhos doirados das influências. A procurar a definição de bagulho não se esperaria mais de vocês do que procurá-la num dicionário informal em que a definição das palavras é feita pelos utilizadores... É hábito em vós definir as verdades e factos a vosso belo prazer? Parece que sim... Belo chuto na realidade... Não vos aconselho a darem um chuto com força porque a realidade é dura e vocês calçam chinelo..."

10 de Novembro de 2009 15:04

Sobre Caim

Já lá vai a polémica sobre o último livro de Saramago. Pessoalmente tenho a adiantar que ainda não li o livro. Ele está em minha casa, a minha mulher já o leu e eu fá-lo-ei à primeira oportunidade. Este fim-de-semana li uma entrevista de Pilar del Rio, companheira de Saramago, uma mulher espanhola com um percurso de vida no mínimo fascinante e, a certa altura, deparei-me com uma sua resposta acerca das opiniões veiculadas pelos nossos opiniomakers nos jornais e revistas e programas de televisão. As opiniões derivaram da repugnância è repugnanciazinha. Pois bem, mesmo não tendo lido o livro não creio que o que escreverei neste texto seja desvalorizado por esse facto confessado. A verdade é que o que mais me chocou foi a ofensa sentida perante as palavras de Saramago. Não as do livro pois, como já referi, não o li ainda. A Igreja católica é uma instituição milenar com enorme preponderância civilizacional. Pessoalmente não acredito em deus mas acredito que Jesus Cristo tenha existido, enquanto homem, enquanto alguém amigo das pessoas. Tudo o resto me escapa devido à inteligibilidade que se me apodera ao olhar todos os fenómenos circunscritos ao ser crente.
Jesus foi executado pelos poderes, era um homem que defendia os fracos, era contra certos poderes estabelecidos e inculcados, era homem de carisma que tinha uma visão humana das coisas. A sua morte foi, quiçá, irreparável. A Igreja surge do poder que o executou. A sua força na sociedade era tal que os mesmos que o executaram e torturaram lhe usurparam o carisma e os feitos de uma vida para imporem os seus requisitos soberanos. Há até quem afirme que Jesus foi o primeiro dos comunistas. Corroboro. Adiante.
A igreja Católica é uma farsa antiga mas uma verdade dolorosamente real. Desde a inquisição e ao atraso gigantesco que aconteceu aquando das destruições de milhões de palavras humanas, ao simples manobrar psicológico que acontece diariamente, a arrogância, o conservadorismo, a incapacidade de ser “moderno”, a resiliência em continuar lapa nos tempos obscuros da história humana, tudo isto me faz olhar a Igreja com extremo desdém.
Os valores ensinam-se na escola. Uma escola laica como consagrado na constituição. Com professores educados para educar. Não é manipulação é seriedade e inteligência. O amor está dentro de nós à espera de ser despertado. Eu não preciso de um livro para me ensinar o que é o amor. Preciso estar vivo e ter um ambiente à minha volta que propicie esse crescer. E preciso de livros, não um, mas muitos. Preciso de ler muitos livros, ler o peito de muitas pessoas para adiante alongar o meu próprio peito. Afinal, um livro absoluto não deixa de ser absoluto e muitas coisas e pessoas já foram absolutas, tudo e todas contra a felicidade do povo.
Não querendo alongar-me demasiado sobre o assunto apenas escrevo que é bom que tenhamos Saramago. É um escritor único, de uma estirpe que rareia. Pode não se concordar com algumas opiniões dele, eu pessoalmente raramente discordo, mas que é um enormíssimo escritor, é. E este modo de vida simples e concordante, em que tudo se aceita de forma ligeira não é bom para ninguém. Façamos algo. Ele, Saramago, há muito começou. Convocar a Igreja para discutir a bíblia é mais que positivo. Transcreva-se esse desafio a outros memorandos da vida civil. Fale-se e discorde-se. Evolua-se! Dos debates e reacções da igreja detenho o seguinte: eles reconhecem, tanto como muitos, que a bíblia é um romance muito bem escrito e que, se houvesse milagres, todos nós, sem excepção, acreditaríamos nele.
Nunca pensaria ofender os crentes porque os respeito muito e não quero que tomem estas palavras como desuso da rectidão. Todos temos a necessidade de acreditar em algo. Eu acredito nas pessoas e assim o farei até prova em contrário. Quanto a Caim, mais uma semana e sobre ele aqui escreverei. Pela reacção da minha companheira vou gostar bastante.
Tenham uma opinião fundada sobre os assuntos, sabendo o que está por trás de tudo. Não se rejam pelas opiniões de uns quantos, uma mão meio cheia de hipnóticos diletantes. Escrevam os vossos próprios passos e sejam o que são: humanos. Desta condição garanto-vos que não sairão.
“Saberemos cada vez menos o que é ser humano”. Com estas palavras de Saramago iniciei este blogue e deste artigo me despeço com elas. Apesar da aparente carga negativa, um alerta pode ser extremamente iluminador.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bon Iver, simples

Anonimato

Bom, realmente estava a cometer uma enorme injustiça sem o saber. Eu que aqui escrevo em semi-anonimato não permitia que anónimos comentassem o blogue. Por esta irregularidade não deliberada as minhas desculpas. O anonimato é uma opção. Talvez não seja a melhor (nisto também a mim me atinjo) mas este é um espaço de liberdade.

Andarilho de silêncios, passo a passo de trovão, acorda os sonos das trevas e adormece o verão. Gosto do Inverno, bem-vindo…